Capitólio: buscas por desaparecidos 'não cessarão', diz chefe do Corpo de Bombeiros

Publicado em 09/01/2022 06:07

REGIÃO

O Corpo de Bombeiros seguirá nas buscas pelos desaparecidos da tragédia que assolou a cidade de Capitólio (MG), a cerca de 300 km de Belo Horizonte, neste sábado (8). A estimativa inicial da corporação era de que 20 pessoas estavam desaparecidas, mas o número foi atualizado para 3 pessoas às 21h.

"O número diminuiu substancialmente porque boa parte das vítimas que estavam sem contato, nas últimas horas a gente conseguiu contato com essas pessoas", informou o porta-voz dos bombeiros, Pedro Aihara.

Em entrevista concedida à imprensa na tarde de sábado, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, coronel Edgard Estevo, informou que somente as buscas por mergulho serão interrompidas no período noturno. Elas serão retomadas ao raiar do dia, entre 5h e 6h.

As buscas por avião não foram possíveis devido às más condições de tempo.

O deslizamento de uma rocha atingiu quatro embarcações, com pelo menos 34 pessoas e causou sete mortes. Guarnições de Piumhi, Passos e Poços de Caldas, cidades do Sul do Estado, foram deslocadas com apoio da Marinha do Brasil. No total, cerca de 40 militares estão atuando por lá.

No total, nove pessoas estão recebendo atendimento médico na região:

2 pessoas com fraturas expostas foram para a Santa Casa de Piumhi, a cerca de 23 km de Capitólio;
3 pessoas ainda não têm estado de saúde confirmado e estão sendo atendidas na Santa Casa de Passos, a 74 km de Capitólio;
mais 4 pessoas com ferimentos leves estão na Santa Casa de São José da Barra, a 46 km de Capitólio, com ferimentos leves.

Outras 23 vítimas foram atendidas e liberadas na Santa Casa de Capitólio.

Identificação das vítimas

Nenhum dos sete mortos foi identificado até a tarde deste sábado, de acordo com a chefe da Divisão de Medicina Legal do Interior da Polícia Civil de Minas Gerais, Dra. Marcela Sena Braga.

"Essas vítimas não estavam com documento de identificação. Serão coletadas as digitais para análise do Instituto de Identificação e, se necessário, da Polícia Federal", disse Sena Braga.

Ainda segundo a Polícia Civil, os corpos foram encaminhados para o posto de Medicina Legal de Polícia Civil de Passos, a 74 km de Capitólio, onde serão realizados os exames necroscópicos para identificar as causas dos falecimentos.

A Perícia Criminal também esteve no local para proceder com a coleta de vestígios e análise das rochas, bem como para acompanhar a liberação dos falecimentos.

Circunstâncias do acidente

Ainda de acordo com o coronel Edgard Estevo, o que se sabe até o momento é que uma grande placa rochosa caiu de forma perpendicular ao espelho d'água, conforme mostram os vídeos que flagraram o acidente.

A Marinha do Brasil informou que um um inquérito será instaurado para apurar as causas do deslizamento de pedras.

Na madrugada deste domingo (9), a Polícia Civil divulgou nota informando que, apesar da localização de alguns dos corpos, ainda não foi possível a identificação. Os trabalhos seguirão para que as vítimas sejam identificadas (leia abaixo).

Leia a nota da Polícia Civil na íntegra:

A Polícia Civil informa que, logo depois do acidente ocorrido, em Capitólio, no Sul de Minas, equipes de policiais civis realizaram levantamentos de campo sobre potenciais vítimas, testemunhas, as circunstâncias do fato, assim como fotografias, filmagens, descrição de peças e materiais flutuantes relacionados ao trabalho pericial, sob a coordenação do Delegado Regional de Polícia Civil de Passos-MG.

Até o momento, colheu-se dentre outros elementos, dados relativos às embarcações e seus tripulantes, tendo sido encontrados corpos e seguimentos corpóreos, contudo ainda não foi possível comprovar a identificação de nenhuma das vítimas.

Agora, à noite, os corpos seguem com a Polícia Civil em Passos para realização dos exames médicos legais que já se encontram em curso, com a finalidade de serem identificados. Há informação de que estavam na lancha Jesus dez pessoas, sendo que sete foram encontradas mortas e três seguem desaparecidas.

A PCMG, a partir deste domingo, para maior rapidez na identificação dos corpos, passa a contar com apoio oferecido pela Polícia Federal.

Informa que tem mantido permanente interação com representantes da Marinha do Brasil, do Corpo de Bombeiros Militar, da Polícia Militar, da Defesa Civil e do Poder Público Municipal para execução dos trabalhos de responsabilidade e com competência da polícia judiciária, sobretudo com vistas a oferecer informações e atendimento aos familiares e amigos das vítimas.

Os trabalhos da Polícia Civil continuam de forma ininterrupta para identificação das vítimas e liberação dos corpos.

Fonte: G-1 Minas