Professor é indiciado por injúria racial após ataque contra aluna de 11 anos em BH
07/10/2022 05:42 em REGIÃO

 

O professor, de 60 anos, suspeito de fazer comentários sobre o cabelo de uma aluna, de 11 anos, foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de injúria racial e ameaça. A conclusão do inquérito foi divulgada nesta quinta-feira (6) pela corporação.

Segundo a polícia, o professor chegou a dizer para a vítima que iria agredi-la para que ela tivesse motivos reais para chorar.

O caso ocorreu no dia 15 de setembro, em uma escola pública do bairro Vila das Oliveiras, em Belo Horizonte.

Se condenado, o professor pode ficar até três anos na cadeia.

g1 procurou a Secretaria de Estado de Educação (SEE-MG) e aguarda retorno.

 

Relembre

 

 

A criança tinha o costume de ir para a escola com os cabelos presos por um elástico, ou 'xuxinha', como também é conhecido. Mas, na última quarta-feira (14), a menina escolheu deixar o adereço guardado e os cachos soltos.

A mãe se arrumava para ir trabalhar quando deixou o elogio à filha: "Seu cabelo está lindo". Mas, ao chegar à escola, a pequena teve uma surpresa negativa: o professor da disciplina de história a olhou e perguntou se ela "não poderia prender o cabelo" e disse que a garota "parecia louca".

Para a menina, que é negra, só restou chorar: chorar por não entender o motivo do ataque, chorar porque realmente estava se sentindo segura para mostrar que seus cachos eram tão bonitos quanto os fios corridos das suas colegas de classe, chorar porque é cedo demais para descobrir que um dos maiores rivais das pessoas afrodescendentes não escolhe idade para aparecer.

 

 

Ameaça física

 

 

Além da violência psicológica, a criança ainda foi ameaçada pelo professor. Ela contou à mãe que, enquanto chorava no cantinho, escondendo o rosto, o homem disse que bateria nela "para que ela chorasse direito".

A mãe foi até uma delegacia da Polícia Civil e abriu um registro do crime de racismo contra a escola, que fica no bairro Coração Eucarístico, Região Oeste de BH, e é de responsabilidade do governo de Minas Gerais.

 

 

Fonte: G-1 MG

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